Em época alta de festivais, navegamos por som. Sustemos o fôlego e lançamo-nos ao Sónar em Barcelona. Procuramos novidades, explorar a fundo a paisagem cultural que um só festival desta natureza pode trazer, belas esculturas de uns e zeros, visuais, sonoras, tácteis.
A cidade não é nova. Mas transforma-se com a reverberação da energia das cerca de 120 mil pessoas que, de todos os pontos do mundo, respondem ao chamamento. É hora de celebrar a cultura digital ao som de música avançada – a denominação é do próprio festival.
Foto: Sonar
O futuro está no ADN do festival desde a sua génese. O Sónar vem de uma era pré-internet* practicamente impossível de recordar nos dias de hoje: uma altura em que havia fronteiras e passaportes entre nós, uma altura em que o conhecimento não fluía abundantemente – por vezes até excessivamente – mas tinha de ser procurado por quem queria saber, uma altura em que os computadores começavam a ser pessoais, mas nada portáveis.
* Já existia internet no mundo, naturalmente, assim como em Espanha e Portugal, mas as ligações à worldwide web ainda eram raras, lentas e geralmente utilizada pelos sectores empresarial e governamental.
Em 1994, quando se realizou a primeira edição do Sónar e a cultura digital era embrionária, Barcelona acolheu-a. No colo da cidade encontrou espaço para crescer. Ser independente. Transformou-se. Emigrou. Mas como bom filho, sempre que torna, enche-se a casa de orgulho.
É tanto por onde escolher!
Foto: Sonar
O festival alarga-se por quase uma semana se contarmos com as festas OFF, ou seja, as que acontecem em paralelo ao festival oficial. São showcases de quase todos os players da indústria da música electrónica – labels, promotores, colectivos, DJs, do house ao techno, do EBM ao IDM, do underground puro ao middleground (já que mainstream pode levar conotações negativas neste meio…).
Oficialmente, o Sónar D+ inaugura a 14 de Junho com convidados como Björk; o festival, by Day e by Night, começa a desafiar as horas de sono a partir do dia seguinte; serão 4 dias de conferências, workshops, concertos, meet-ups, clubes, conversas, festas, vernissages, encontros e desencontros, exposições, etc etc etc…
À primeira vista, a programação do Sónar é intimidante – mesmo para os utilizadores avançados da indústria da música. Com uma programação tão vasta, é importante fazer o trabalho de casa. Especialmente quando se trata do primeiro Bestival internacional. Fingers crossed!
Assim, eis alguns dos nossos highlights e sugestões para aproveitar o festival ao máximo:
Texto: Clara Tehrani, de Berlim para o Bestivals
A vossa equipa Bestivals no Sonar 2017:
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Thank you! 🙂 Will be there next year for the 25th anniversary. Stay tuned!